Explorando a fragilidade no Brasil: uma análise da pesquisa ELSI-Brasil
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Resumo:
A população idosa do Brasil representará um desafio para os serviços públicos de saúde, dos quais a maioria dos brasileiros depende. O país deve se preparar para os desafios de saúde relacionados ao envelhecimento, como a fragilidade. Dados do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil) foram empregados para gerar um Índice de Fragilidade (IF) padronizado, avaliar os níveis de fragilidade nessa população e fornecer informações confiáveis e de abrangência nacional. Na segunda onda do ELSI-Brasil, 9.901 adultos com 50 anos ou mais foram estudados. Seguindo um protocolo padronizado, um IF de 53 itens foi construído. A regressão logística foi usada para determinar a associação entre o nível de fragilidade e a incapacidade/estado de saúde, enquanto a regressão binomial negativa analisou a relação entre o nível de fragilidade, as incapacidades e o uso dos serviços de saúde. A fragilidade foi elevada, com uma pontuação média ponderada do IF de 0,19 e mediana de 0,19. A distribuição da fragilidade apresentou assimetria positiva, com níveis mais elevados em mulheres e aumento exponencial com a idade. Pessoas viúvas, negras, pardas e residentes de áreas rurais apresentaram níveis mais elevados de fragilidade. Os modelos de regressão demonstraram associações entre fragilidade elevada e autoavaliação de saúde inferior, maior incapacidade e maior utilização dos serviços de saúde. Este estudo revela uma alta prevalência de fragilidade em adultos de meia idade e idosos no Brasil, bem como sua associação com a incapacidade, o estado de saúde e o uso dos serviços de saúde. Esses achados são importantes, pois podem orientar as políticas de saúde e o desenho de serviços que priorizem a saúde dessa população, especialmente aqueles que utilizam o sistema público de saúde.