A saúde da população negra e as políticas no século XX: é nas encruzilhadas que encontramos resistências, emancipações e mortes
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Resumo:
O movimento negro, por meio da luta antirracista, educa e reeduca a população brasileira, exercendo influências sobre as condições de saúde a partir de ações que visam o bem-estar da população negra. O objetivo deste ensaio é identificar a relação da saúde da população negra com a política de morte e emancipatória a partir das perspectivas históricas, considerando o racismo no Brasil, o Estado e a resistência da população negra para a garantia do direito à saúde, do século XX até o processo de implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN), em 2006. Este estudo parte de uma metodologia de ensaio teórico, possibilitando reflexões profundas sobre as perspectivas históricas relacionadas à saúde da população negra. Sendo assim, observa-se que existe uma continuação de mecanismos a partir da política de morte do Estado, prejudicando o acesso à saúde da população negra, devido aos racismos e suas ferramentas. Por outro lado, destaca-se que a população negra tem construído, durante anos, saberes e políticas emancipatórias a partir de intervenções sociais, culturais e políticas de forma intencional e direcionada, como a PNSIPN e o Estatuto da Igualdade Racial.