Efeito da felicidade e da incapacidade funcional na sobrevivência de idosos

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Donatila Barbieri de Oliveira Souza
Luciana Correia Alves
Marilisa Berti de Azevedo Barros
Bruna Kelly Fehlberg
Margareth Guimarães Lima

Resumo:

O objetivo deste estudo foi investigar a sobrevivência e o risco de morte em um período de 10 anos de acordo com a funcionalidade física e a frequência do sentimento de felicidade em pessoas idosas, além de realizar uma análise do possível efeito mediador da felicidade na associação entre funcionalidade física e mortalidade. Foi realizado um estudo longitudinal retrospectivo com 1.519 pessoas idosas (≥ 60 anos) entrevistadas para o Inquérito de Saúde de Campinas de 2008-2009. Foi realizado um linkage entre o banco de dados da pesquisa e o Sistema de Informação sobre Mortalidade de Campinas, com busca ativa para a confirmação de óbitos e não óbitos de 2008 a 2018. As variáveis de interesse foram a funcionalidade física (ausência/presença de limitações) e a frequência do sentimento de felicidade. Foram traçadas curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier e realizada a análise de regressão de Cox para o cálculo das razões de risco (RR). Também foi realizada uma análise de mediação utilizando o método Karlson-Holm-Breen (KHB). Na análise ajustada, a limitação funcional grave (RR = 2,8; IC95%: 2,0-3,8) e baixa frequência de felicidade (RR = 1,6; IC95%: 1,3-2,0) aumentaram o risco de óbito no período. A baixa frequência de felicidade mediou a associação entre funcionalidade física e mortalidade em 14%. Os resultados destacam a importância de estratégias voltadas para a manutenção da funcionalidade física durante o processo de envelhecimento. Além disso, uma maior frequência do sentimento de felicidade aumentou a sobrevivência da população. Os resultados também mostram que a felicidade desempenha um papel importante de mediação na associação entre capacidade funcional e mortalidade em pessoas idosas.

Palavras-chave:
Felicidade; Sobrevida; Idoso; Capacidade Funcional