Papéis na organização, conflito trabalho-família, satisfação laboral e saúde mental de docentes em relação com o comprometimento organizacional afetivo

Conteúdo do artigo principal

Virgínia D. Carvalho

Resumo:

Com o objetivo de examinar relações múltiplas entre papéis na organização, conflito trabalho-família, satisfação laboral, saúde mental e comprometimento organizacional afetivo entre docentes da educação básica, realizou-se um estudo transversal com amostra de 438 respondentes, aos quais foram aplicadas a Escala para Avaliação de Estressores Psicossociais no Contexto Laboral (EAEPCL), a Escala de Satisfação Geral no Trabalho, o Questionário de Saúde Geral (QSG-12) e a Escala Reduzida de Comprometimento Organizacional Afetivo (ECOA). Foi empregada a modelagem de equações estruturais para a análise dos dados, e a estimação do modelo de mensuração indicou validade convergente e discriminante e confiabilidade no que tange às variáveis latentes utilizadas. Efeitos diretos do conflito e da ambiguidade de papéis em relação à satisfação laboral, aos transtornos mentais comuns (TMC) e ao comprometimento organizacional afetivo foram observados, bem como efeitos indiretos sobre essas duas últimas com a mediação da satisfação laboral. Quanto à sobrecarga de papéis, seus efeitos diretos aconteceram apenas em relação à satisfação laboral, sendo que essa última mediou o efeito da primeira sobre os TMC e o comprometimento afetivo, ao passo que o conflito trabalho-família mediou o efeito da sobrecarga de papéis na ocorrência de TMC. Os resultados contribuem para salientar os efeitos nocivos dos estressores de papel e da (in)satisfação laboral sobre a saúde mental dos pesquisados ao torná-los mais vulneráveis ao desenvolvimento de TMC e sinalizam como eles podem afetar os resultados de interesse das instituições estudadas, como o comprometimento afetivo em relação às organizações escolares.

Palavras-chave:
Papel Profissional; Conflito de Papéis; Satisfação no Emprego; Saúde Mental; Engajamento no Trabalho