Avaliação do desenho da vigilância sentinela de síndrome gripal no Brasil

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Laís Picinini Freitas
Cláudia Torres Codeço
Leonardo Soares Bastos
Daniel Antunes Maciel Villela
Oswaldo Gonçalves Cruz
Antonio Guilherme Pacheco
Flavio Codeço Coelho
Raquel Martins Lana
Luiz Max Fagundes de Carvalho
Roberta Pereira Niquini
Walquiria Aparecida Ferreira de Almeida
Daiana Araújo da Silva
Felipe Cotrim de Carvalho
Marcelo Ferreira da Costa Gomes

Resumo:

A vigilância sentinela de síndrome gripal atua no Brasil identificando os vírus respiratórios de importância para a saúde pública circulantes no país, e começou a ser implementada em 2000. Recentemente, a pandemia de COVID-19 reforçou a importância da detecção precoce de novos vírus em circulação no território brasileiro. Assim, se faz oportuna uma análise do desenho da vigilância sentinela de síndrome gripal. Para tal, simulamos uma rede sentinela, identificando os municípios que fariam parte da rede segundo os critérios definidos no desenho da vigilância sentinela de síndrome gripal, e, a partir dos dados de casos testados de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) de 2014 a 2019, sorteamos amostras para cada município sentinela por semana epidemiológica. O sorteio foi repetido mil vezes, obtendo-se a mediana e intervalo quantílico de 95% (IQ95%) da positividade para cada vírus por Unidade Federativa e semana epidemiológica. Segundo os critérios do desenho da vigilância sentinela de síndrome gripal, unidades sentinelas estariam em 64 municípios, distribuídas principalmente em capitais e suas zonas metropolitanas, o que preconizou 690 amostras semanais. O desenho apresentou boa sensibilidade (total de 91,65%, considerando o IQ95%) para a detecção qualitativa dos vírus respiratórios, mesmo os de baixa circulação. Porém, houve importante incerteza na estimativa quantitativa de positividade, chegando a, pelo menos, 20% em 11,34% das estimativas. Os resultados aqui apresentados visam auxiliar a avaliação e a atualização do desenho da rede sentinela. Estratégias para reduzir a incerteza nas estimativas de positividade precisam ser avaliadas, assim como a necessidade de maior cobertura espacial

Palavras-chave:
Síndrome Respiratória Aguda Grave; Influenza Humana; Vigilância Sentinela