Desigualdades sociais em indicadores de uso de serviços de saúde por adolescentes de Campinas, São Paulo, Brasil

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Vivian Castro Lemos
Marilisa Berti de Azevedo Barros
Margareth Guimarães Lima

Resumo:

O estudo objetivou estimar a prevalência dos indicadores de uso de serviços de saúde de acordo com sexo, renda e etnia/cor da pele entre adolescentes (10 a 19 anos) com base nos dados do Inquérito de Saúde no Município de Campinas (ISACamp), realizada em 2014/2015 em Campinas, São Paulo, Brasil. O teste qui-quadrado foi utilizado para avaliar as diferenças entre as variáveis de desfecho (indicadores de utilização de serviços de saúde) e sexo, renda e etnia/cor da pele. As razões de prevalência (RP) ajustadas foram estimadas por meio de modelos de regressão múltipla de Poisson. A demanda por atendimentos médicos foi elevada no último ano da entrevista (79,2%), atendidos majoritariamente pelo Sistema Único de Saúde (65,2%), sendo as consultas de rotina mais prevalentes no sexo feminino (RP = 1,17; IC95%: 1,01-1,34) e lesão na população masculina (RP = 0,47; IC95%: 0,26-0,84). Diferenças econômicas e raciais foram encontradas na avaliação da última consulta médica, com maior prevalência de pior atendimento entre aqueles com menor renda (RP = 1,46; IC95%: 1,14-1,87) e negros (RP = 1,27; IC95%: 1,01-1,61). Desigualdades permaneceram em termos de atraso ou falha na realização de exames (RP = 1,64; IC95%: 1,02-2,64) e pior qualidade do atendimento odontológico (RP = 2,10; IC95%: 1,38-3,21) naqueles com menor renda. E os negros consultaram menos os serviços de dentistas (RP = 0,90; IC95%: 0,82-0,99).

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Palavras-chave:
Desigualdades Sociais; Cuidados Médicos; Serviços de Saúde do Adolescente; Inquérito de Saúde