Toxicidade neurodesenvolvimental ambiental sob a perspectiva do modelo bioecológico de Bronfenbrenner: um estudo de caso de metais tóxicos
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Resumo:
Uma crescente literatura relata a necessidade de uma abordagem integrada para estudar os efeitos do ambiente físico no neurodesenvolvimento de crianças. A avaliação da verdadeira neurotoxicidade dos poluentes não pode ser realizada separadamente dos contextos ecológicos e multidimensionais em que atuam. Neste estudo, sob a perspectiva do modelo bioecológico de Bronfenbrenner, um modelo conceitual foi desenvolvido para abranger as características sociais e biológicas das crianças desde o período gestacional até a infância, considerando a exposição a metais tóxicos. Primeiro, apresentamos a toxicidade dos principais metais e algumas noções conceituais que utilizamos em nossa abordagem, tais como determinantes sociais e estruturais da saúde, carga alostática, incorporação e conceitos epigenéticos. Em seguida, explicamos os principais aspectos do modelo bioecológico de Bronfenbrenner, que permitem a integração da relação gene-social, além do ambiente físico, onde esses metais atuam. Por fim, apresentamos e discutimos o quadro conceitual mostrando como, na realidade, fatores biológicos e sociais podem, em conjunto, influenciar o neurodesenvolvimento das crianças. Embora esse modelo seja baseado em um grupo de contaminantes, ele abre novos horizontes sobre como as ciências ambientais, como a neurotoxicologia e a epidemiologia ambiental, podem dialogar com os modelos teóricos das ciências humanas para ter uma abordagem mais ampla ao estudar os efeitos no neurodesenvolvimento humano.