A estética do grotesco e a produção audiovisual para a educação em saúde: segregação ou empatia? O caso das leishmanioses no Brasil
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Resumo:
Buscando compreender a produção de imagens sobre saúde e doença e seus efeitos de aprendizagem resultante da educação em saúde mediada pelos vídeos educativos, o artigo analisa a produção audiovisual sobre as leishmanioses no Brasil. Com base no estudo de 14 vídeos educativos, verificou-se a predominância de um discurso técnico-científico e uma estética do grotesco. Observou-se a hegemonia do modelo televisivo-espetacular, em particular o padrão do telejornalismo, com o uso constante de voz off, indutora da fixação de sentidos. Ao invés de estimular a reflexão crítica sobre as circunstâncias sociais do adoecimento, a prática discursiva e imagética dos vídeos encoraja a sua banalização, tanto pela abordagem pouco criteriosa da doença como pela construção de representações estereotipadas. Há a exposição visual de pessoas doentes e não o protagonismo crítico e sensível das populações implicadas. O artigo apresenta, então, com base nos estudos sobre a antropologia visual e da saúde, argumentos para uma abordagem inovadora na produção e utilização de vídeos educativos, e da educação em saúde mediada pelo audiovisual. Esta deve respeitar e dialogar com as culturas, a subjetividade e a cidadania, desenvolvendo estéticas audiovisuais (narrativas e imagéticas) como práxis educativa no campo da saúde coletiva.
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Palavras-chave:
Leishmaniose; Educação em Saúde; Antropologia