Trabalho, saúde mental, qualidade de vida e suporte social de agentes comunitários de saúde durante e pós-pandemia de COVID-19 sob o recorte de gênero

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Grayce Alencar Albuquerque
Regina Glaucia Lucena Aguiar Ferreira
Andréa Silvia Walter de Aguiar
Isabella Lima Barbosa Campelo
Maria Socorro de Araújo Dias
Anya Pimentel Gomes Fernandes Vieira-Meyer

Resumo:

Esse estudo objetivou avaliar a saúde mental, qualidade de vida, suporte social e atividades desenvolvidas por agentes comunitários de saúde (ACS) durante e após uma crise sanitária, sob o recorte de gênero. Estudo multicêntrico, quantitativo, longitudinal, realizado em oito cidades do Nordeste brasileiro, nos anos 2021 e 2023, com 705 ACS pareados por meio do propensity score matching, que responderam a questionários validados, analisados sob o recorte de gênero (masculino e feminino), tempo (durante e após a pandemia de COVID-19) e interação entre estes. Efeito do tempo foi observado frente à violência nos territórios, atividades desenvolvidas, ansiedade para o coronavírus, saúde mental e qualidade de vida. Identificou-se efeito do gênero na redução do suporte social (amigos) em ACS mulheres e maior realização de visitas domiciliares e atividades do Programa Saúde nas Escolas por ACS homens. Interação entre gênero e tempo foi observada por meio da redução de violência contra ACS do gênero feminino e aumento no gênero masculino entre os tempos estudados. Embora homens e mulheres compartilhem os mesmos dilemas e dificuldades no exercício da função ACS, recai sobre as profissionais femininas as implicações do gênero, havendo neste público, maior desgaste físico e emocional e maior susceptibilidade ao adoecimento, especialmente em momentos de crises sanitárias. 

Palavras-chave:
Agentes Comunitários de Saúde; Saúde Mental; Qualidade de Vida; Identidade de Gênero; Pandemias